Assim como a natureza
nos revela e mostra infinitamente o belo espetáculo que é a vida e o que nela
há, creia que tudo está escrito como que numa faixa branca pendurada nas
estrelas ao longe, que jamais se poderia ler aqui da terra.
Jamais esqueças que
caminhos são desenhados para que neles se possa percorrer sem cair ou tombar,
mas nós fazemos com que barreiras pequenas impeçam esse caminhar, e, assim,
tropeçamos, desenhamos rumos que nem mesmo a chuva ou os temporais apagam.
Quando a Lua surge no
horizonte, depois mansamente esta acima das nossas cabeças, todos os gestos, os
sorrisos que damos, ocupam espaços que não poderemos apagar da lembrança, porque
assim como as flores florescem sempre solitárias, remetem a beleza até nós, é
nas ternuras reveladoras que escondes que um dia enfeitarão nosso viver.
Se aquela teia presa no
lampião da parede está escura, é porque revela o que tem dentro de si... mas, em
ti, a teia é alva, pura, e aqueles vagalumes que vistes pela janela nos jardins,
em plena madrugada, ofereceram a ti o brilho de cristais.
Tudo em ti compõe
discretas ternuras que parece jamais revelará por que isso?
Jamais escondas
sentimentos, porque se a noite tem um véu negro que tudo envolve, o amanhecer é
translúcido e puro.
Teus sentimentos assim
também são, mas não deixes que nas páginas do diário esteja expresso o que tens
no coração, revele para o mundo, pois são resultados de aprendizados e de
sabedoria, erga-se, não mostre cicatrizes do passado, mas as marcas lindas do
presente.
Na reconstrução do teu
caminhar olhe como ele está envolvido com pétalas das mais lindas flores, tudo
passou, teu passado se foi, aprendestes lições difíceis mas, hoje, podes
compreender que a vida é para ser vivida assim, prepara-te, um novo destino
esculpido está pertinho de ti, saiba apanhá-lo docemente entre a palma das mãos
e fortemente o segure, não deixando que escape por entre os dedos, pois ele é só
teu!