Deus, na caravana da vida, nos caminhos percorridos, vemos pactos entre as pessoas, entre os cães abandonados que se reúnem em matilha e percorrem ruas de um lado ao outro, até encontrarem um local onde os deixem em paz.

Como na poesia que dizia: “Deus dos desgraçados”, assim também vemos nossos irmãos abandonados debaixo das marquises, encobertos por um jornal, ou simples cobertor amarrotado e roto.

Como recolher as lágrimas ante tal espetáculo?

Se o desconforto nos açoita, as emoções afloram e dizem, “Por que calas?”

As cicatrizes dessa gente quem as apagarão?

Encharcados estão os corações das desilusões, da plácida aceitação da sua situação, e serenamente devem sentir algum perfume das rosas que estão nas alamedas, a única beleza que podem contemplar nos momentos que seus olhos se abrem nas manhãs radiosas ou chuvosas.

Porém são filhos como nós de um Deus Onipotente e Supremo.

Que os leva a descambar e desencadear tantos obstáculos parecendo invencíveis aos olhos de cada um, exceto os nossos que pensamos... porque não estudaram, não trabalharam, não se sujeitaram?

Será, suas vidas assim são um conforto ou é o tentar vencer sozinho sua caminhada? Faço minha evocação aos céus, que lá no azul todo bordado de prata e estrelas que faíscam a todo segundo, peço a redenção humana. Deus, implante não a crueldade, a degradação, a tirania dos déspotas, mas desdobre as intenções dos socorros que podem advir, pois nada está destruído ou acabado.

Pulsam em todos corações que almejam consolo, que não sejam os órfãos da miséria, nem órfãos da bondade, da tolerância, da aceitação.

Deus, o Universo é como um imã a atrair essências assim imploro... fazei crescer nos espíritos de todos que massacram seus irmãos, a humanidade, a luz, para que se convençam que a derrocada não é a etapa final.

Permita que nessa bendita ressurreição, como nos arrebóis, os horizontes estejam claros e não envoltos nas penumbras, mas claridades ao som das cordas sonoras das harpas da redenção.

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