O que pensar das borboletas azuis, que iridescentes em sua total beleza de
formas, tamanhos, multipintadas por mãos divinas bem distribuídas com círculos,
riscos e tramas em suas asas.
Borboleta, símbolo da Ressurreição, como que essências mensageiras espirituais
que Deus criou para o mundo, esse mundo perfeito repleto de formosuras.
No profundo envaidecer das florestas gigantescas ou num simples caule ela pousam
suave e lindamente.
Pelas colinas verdejantes aparece em seu esplendor, nos jardins com flores
perfumosas deleita-se em seu néctar benfazejo, e, como aquele colibri implume
debate-se também sozinha em um botão como se aquelas pequeninas pétalas
coloridas fossem seu Éden.
Nos regatos com águas cristalinas pertinho do seu leito, um pequenino tronco de
árvore ou uma folhagem ramificada deleita-se para refrescar-se, ela a borboleta,
como mensageira espiritual flutua como fadas dos contos infantis.
Quem disse primeiramente um ovo, uma lagarta, um casulo e finalmente ela,
gloriosa surge, emerge para o mundo, abre aquelas asas alvissareiras e voa...
voa... voa!
Como pequenas lágrimas deslizantes que rolam pela face, a borboleta entrega-se
na vastidão doce de aventuras, e, inicia seus traçados da existência,
misturando-se com os raios do Sol, irradiando como que o arco-íris após o
temporal, milhares de tons e volta, mansamente, sem perturbar o viandante
cansado, que relaxa à beira do regato.
Tal qual um quadro de Rembrandt, as galas luminosas traçadas por hábeis mãos, os
pincéis, revelam na primavera que as borboletas têm doçuras transparentes e
sutis, engalanam todos os canteiros tremendamente floridos, deslumbram a
natureza como se fora participante, numa orquestra triunfal de anjos.
Beleza no flutuar, evoluções radiantes nada etéreas, emergem borboletas, pousem
suavemente aqui nas minhas mãos!!!