Cada vez que um pássaro pousa naquele galho
Da árvore encantada, onde
À sua sombra nos encontrávamos,
Lembro das juras de amor que fazíamos
Como ela ouvia sem mover uma folha
Quantas lágrimas nossas molharam suas
Raízes expostas por sobre o solo...
Quanta tortura quando do silêncio porque partíamos,
Ou porque nos desentendíamos
Surgia o abandono... ela ficava só.
Aquela estrela que no céu cintilava,
Por várias vezes mudou de tonalidade
Ficando rubra quando dos nossos beijos acalorados
Mas mesmo envergonhada,
Derramava sua luz prateada sobre nós.
Em muitas ocasiões seus brilhos sumiam e
Perambulavam pelo espaço universal.
Uma nuvem de poeiras cósmicas
Polvilhava todo o campanário
As florezinhas que desabrochavam mansamente,
Mais pareciam uma capa de cetim
Com talcos perfumados.
Tudo parecia tão belo, tão emocionante,
Simplesmente adorava alisar seus cabelos
Que caiam abaixo dos ombros
Meus dedos atrevidamente percorriam seu corpo,
E meu olhar cruzava com o seu e aqueles olhos azuis
Diziam tudo que eu queria saber.
Junto aos seus ouvidos apenas podia murmurar...
Amo você!
Tudo passou, estou tão só,
Você partiu e não a vejo mais,
Menos ainda seu sorriso aberto e franco,
Aquela árvore encantada sumiu,
Como também não mais ouço
O trinar dos passarinhos,
Ou brotarem aquelas lágrimas da saudade e da ausência.
Apenas o silêncio profundo, quase mortal!
A estrela que cintilava e mudava de cores,
Agora encosta-se na poeira que teima em
Encobrir as flores perfumadas do campo
Que não mais balouçam ao vento.
Quanta saudade sinto dos seus olhos,
Que permaneciam encobertos pelos cabelos soltos
Mas gostaria de gritar,
Sussurrar aos seus ouvidos...
Como amo você!
Neste momento é intrigante
O cantar dos passarinhos
Que parecem
tristes assim como eu.
Perdoe-me por favor,
Diga que também está aborrecido,
Sofrendo pela ausência
Saiba que não sei demonstrar
O infindo amor que trago no peito,
Não sei como dar carinhos que saiba são todos seus...
Não quero vê-la mais partir,
Deixe-me acariciar seu rosto, beijar sua boca.
Agora ouça a nossa música
Com aquele sax tão divino,
Com toda minha ternura
Apanhe agora as minhas mãos
Coloque-as em seu peito,
Envolva-me num grande abraço pois ele está a saltitar.
Quanto mais a quero, quanto mais a amo,
Se eu partir para sempre,
Mesmo no infinito, jamais olvidarei,
Porque meu amor será sempre seu.
Sou como a poesia que vem carregada
De emoção escondida no recôndito do coração,
Assim como você entrou na minha vida
Por um descuido, jamais dela... sairá.
Volta... tenho todas as carícias,
Todos os beijos, todas as alegrias para lhe oferecer,
No semblante daquela estrela guia,
Vejo você a sorrir...
Vem... Vem... Vem!!!
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