Pode-se comparar tanta elegância?

 

Que coisa maravilhosa são os animais... inteligentes, garbosos, parecem modelos numa passarela, mas, nada de sofrerem da síndrome da magreza... são guapos... fortes, valentes e ao mesmo tempo, de uma docilidade e companheirismo, incríveis.

 

Depois dos cães, cavalos são as criaturas que mais admiro.

 

Quando criança, morávamos no bairro Rebouças, e meu avô na rua Brasílio Itiberê. Por ali, passavam muitos carroceiros que voltavam para o bairro do Portão ou Pinheirinho, após um dia de trabalho que exigia esforço físico.

 

 

Os cavalos eram mais que tudo, seus parceiros obedientes.

 

Muitos os tratavam com o maior carinho, dando alimentos nos horários certos e água... Outros nem tão presentes nos cuidados com seus animais.

 

Presenciei várias vezes, meu avô, sair do seu estabelecimento comercial e retirar das mãos dos "valentões", a chibata com a qual os espancava.

 

Agiam com brutalidade tal, que nós crianças, chorávamos ao ver as cicatrizes que alguns possuíam no couro e das marcas mais recentes.

 

 

Ainda hoje vemos atitudes assim, com alguns catadores de materiais recicláveis, indecentes e maldosos, usando da brutalidade física para que o coitado já cansado e doente, tenha um passo mais célere.

 

Naquela fase da minha infância, conhecíamos um senhor que bebia demais. Todas as tardes, lá vinha sua carrocinha lentamente, o cavalo com passos leves como que não querendo acordar seu dono, de tanta pinga ingerida, adormecia e pouco via.

 

 

Vez ou outra, levantava a cabeça e tentava levar as rédeas para outra direção, forçando o cavalo a seguir outro rumo... mas esse, treinado que foi para levar o "bebum" são e salvo até sua casa, seguia em frente!

 

Demonstrações dessa natureza, fazem com que tenha a maior saudade da minha infância, onde brincávamos nos gramados de nossas casas, ou  na rua com amiguinhas, tendo oportunidade de participar da vida do bairro e da cidade.

 

Sinto falta de ver uma criança subir numa árvore, saltar um muro ou cerca, correr atrás de uma bola, rir ao levar quedas, pular corda ou rodar pião!

 

 

Na beleza dos raios do Sol ou nas sombras do entardecer, jamais poderemos olvidar que a saudade dos fatos da juventude nem tão distante, possa ser como o rio onde as águas correm sem nunca mais voltarem. A saudade permanece, é um tesouro acumulado e como o gênio que encanta, que faz prodígios com suas descobertas, ou como o poeta que na penumbra, revela com palavras, diz do seu sentir...

 

Na figura imponente do animal em foco nos diz, que contrastes existem, mas descobrimos que é inatingível explicar pela nossa análise, o conhecimento deles, porque além de tudo notamos... neles além da beleza, da fidelidade... há muita... sabedoria!


 


 

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Fale com a autora:  lyzcorrea@hotmail.com


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