No limiar da madrugada, silêncio total
A noite escancara sua negritude
apenas quebrada pela luz do luar
que teimosamente infiltra-se por entre as nuvens.
É uma dança de esconde-esconde,
um bailado quiçá uma alegoria
cujos estandartes trazem em seu bojo
milhares de estrelas cadentes.
Formadas por cristais do roxo ao prateado
ou até o dourado sutil, lá estão brilhantes
e incansavelmente faiscantes como
cocares,
adornam a cabeça gigante do mundo.
Tal pequeninos grãos de areia
boquiabertos e pasmos ante a grandeza infinita
paramos ante a pouca Sabedoria
e frente ao misticismo que a tudo envolve.
Como nas tradicionais referências históricas ou religiosas
será somos pequeninos talismãs
que perambulam sem destino em busca
de vertentes ou construções palpáveis?
Vem, siga-me pelos caminhos mais belos
dessas alamedas floridas com gerânios e alecrins
dos ciprestes altivos como bálsamo dos deuses
retire o perfume refrescante e sutil.
Se da origem dos homens pouco sabemos
em meditações, sábios nos ensinam
e concluímos que são mistérios
e assim devem continuar
Como dizer ao outro
“Olhai os lírios do campo”?
Debruce ante uma florzinha
sinta sua textura, seu perfume,
observe o colorido das pétalas.
Seja como que um livro de esplendores
nele guarde canduras e meiguices
desabroche como a flor
vibre em luz, cores, perfumes
exale só... Amor!
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