Nas avançadas horas da madrugada

Quando nuvens enroscam-se nos raios da Lua

Num quarto simples com cama e guarda-roupa

Olhos negros fitam as estrelas...

 

Nas cintilações das milhares delas

Debruçadas no manto negro da noite

Que lindo é o céu assim

São cristais? São brilhantes?

 

Na indiscreta observação dos movimentos

a sonolência desaparece

voltam os olhos negros a fitar

sorrateiramente todos os astros do céu!

 

Penumbra... ora luzes passageiras

Dos carros que passam

E circundam a lagoa

Com suas luzes fosforescentes

 

Nos ares desaparecem as corujas

Voam... voam... e pairam

Nas pequenas fendas da torre da capela

E em silêncio adormecem...

 

Que se afastem todos os fantasmas

do “boi da cara preta”

que assustaram gerações

e gerações.

 

Que ressurja célere no horizonte

A manhã toda ensolarada

Que voltem os passarinhos

A voar de cá... pra lá

 

Que cantem todas as canções

Que chamem as crianças

Que construam seus ninhos

Que tragam mais vida!

 

Na lagoa agora toda azulada

 Mansamente as águas vêem e se vão

 Numa dança suave

Qual o nado dos cisnes brancos

Na calmaria da lagoa

 

Que se juntem os pedaços dos sonhos

Quebrados ou arrancados dos enamorados

Que se busque o resgate

De todas as felicidades!

 

 


 


 

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Fale com a autora:  lyzcorrea@hotmail.com


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