Que céu diurno mais lindo, todo azul anil,
Quando no anoitecer, estrelas reluzentes
surgem. anunciam espetáculos
da natureza/
É um dançar frenético dos astros
que como lâmpadas coloridas,
perambulam numa dança
vibrante e desaparecem a cada amanhecer.
Nos campos molhados pelo orvalho da madrugada,
ou pelas águas cálidas da chuva,
entregam-se os pés descalços ao solo rubro
saltitando livremente tal lebre
aqui, ali, acolá.
Nas matas verdejantes invadidas, agredidas, maltratadas,
bandeiras levantam-se em protesto.
Gonçalves Dias do exílio escreveu belíssimos
versos de amor e saudade:
“minha terra tem palmeiras
onde canta o sabiá
as aves que aqui gorjeiam
não gorjeiam como lá”.
No silêncio das manhãs, a passarada envolve o ar
com uma profusão de sons maviosos,
diferentes, cada espécie mesmo isoladamente,
clama para o acasalamento.
Pomposos em seu revoar, envaidecidos mostram-se
por entre os galhos do arvoredo ou nos caminhos das alamedas.
No mar, revigorados a cada instante
peixinhos em cardumes num bailado contínuo lá estão
passam frenéticos por corpos
que na praia douram ao sol.
Na escuridão das noites calmas
um manto penetrante enlaça a Terra
as estrelas tais cacos de cristais,
agrupam-se, são diamantes fosforescentes
debruçadas, sobre o mundo!
E lá se foi mais uma Primavera
encantada, pungente.... adormece.
No repousar revigora-se, retorna num manto
forrado de flores perfumosas,
nos longos braços
milhões de ramalhetes, vasos floridos,
assombro... encantamento!
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