E apareceu uma imensa luz.
Raios dourados dela partiam para todos os lados, inundando de claridade o então
espaço negro e belezas viu-se, há longas distâncias.
Quando Deus criou o mundo formoso e quase perfeito, deixou a marca das suas
criações por onde passou. Assim, surgiram as florestas, as colinas verdejantes,
a brisa que sopra dos mares, as flores perfumosas e de incríveis coloridos, os
ninhos primorosamente construídos pela passarada e o que dizer da luz prateada
da Lua, a sabedoria do velho e o sorriso da criança?
Como artífice supremo, observou que os rouxinóis debatiam-se ao chocarem-se com
um galho e que floreszinhas em botão, ao vento sem rumo, deslizavam até o chão.
Notou a fragilidade dos grandes animais ante a seca que devastava os campos
sempre tão viçosos, que as chuvas caídas em profusão inundavam os baixios,
transbordavam os rios, embruteciam as ondas do mar!
Nessa reflexão, notou que algo faltava para que sua obra perfeita nada sofresse.
Pensou em um guia, um amparo, um arquiteto, um ser provido de capacidades tais
que complementassem seu trabalho, modelando novas formas de vida, novos
ambientes e assim, criou o homem.
Tudo feito, acomodou-se na relva retirando suavemente o barro que envolvia a
criatura, pensando que esse homem assim liberto, seria aquele ser especial que
cuidaria de tudo que construiu em poucos dias e sairia pelos caminhos pregando
bondade, humildade, tolerância, trabalho e muito amor.
Nesse momento, desenhou a estrada da vida por onde se pudesse caminhar sem
sacrifícios e nela apenas luzes se viam, aromas de flores sentia-se e o amor
colocou em forma de coração!