Noite enluarada mas calma
Que lindas as estrelas a
brilharem nos céus
Prenunciando que a festa
campestre
Vai ser maravilhosa
Como os barcos que singram
os mares
A cortejar as ondas mansa
e silenciosamente
Que belo espetáculo das
luzes da Lua
Ao disputar a claridade
com as tochas acesas
Ao volver os olhos para o
passado
Quisera ver sempre a
pureza
Das brancas nuvens que
bailam... bailam
Ao som das orquestras
ocultas da natureza
Pudera no entardecer ouvir
O cantar das cigarras e
ver
A dança suave dos pássaros
No retorno ao ninho
No saltitar dos corações
Os madrigais são repletos
De muito amor e que se
ouçam
Violinos na madrugada
enluarada
Debaixo do pinheiro, a
festa
Revolve emoções naqueles
que rodopiam
E o velho pinheiro
recobre-se de mais verde
Como taças, seus galhos
volvem para os céus
Na beleza da canção cigana
Gemem as cordas dos
violinos
E o sapateado forte e
vibrante das dançarinas
São relíquias ora
reveladas
Agora a fogueira acende-se
No ritmo e ziguezaguear
dos babados das saias rodadas
Trepidantes chamas luzem
mais que as estrelas
Que lá do alto espiam a
mágica festa cigana.