De tantos e tantos encantos, o meu Paraná reflete as doçuras do sorriso das
crianças, do canto dos passarinhos, da presença semeadora da Gralha Azul, do
trabalho do homem desbravador.
Nos mares, águas límpidas debruçam-se pelo Atlântico, vêem
acariciar as areias brancas de Guaratuba, Matinhos, Caiobá do Porto de
Paranaguá, Antonina, todo litoral mais belo.
Nos céus, o Cruzeiro do Sul em noites enluaradas, como que em cálidas lágrimas,
esparge brilhos e cores dando um toque especial.
Nas manhãs, campos coloridos com flores silvestres e imensas plantações
perdem-se até o horizonte infindo.
É a terra fértil do meu
Paraná.
Nos pinheiras aves canoras buscam acalanto e na meiguice de um olhar negro,
protetor, corpo coberto de penas azuis mais lindas, lá está a gralha, semeadora
incansável.
Quando na aurora procura sulcar a terra e ali depositar o pinhão que logo
explodirá, certamente naquele berço protegido não é a desconhecida plantinha, é
o pinheiro procurando ofuscar o brilho que vem dos céus.
Gralha Azul é seu nome, incansável feiticeira da terra, como que numa sonata
melodiosa e linda, num galho curva-se ante a natureza pródiga de milagres e
despreocupadamente observa o espetáculo que no palco ensolarado surgirá... é o
quadro mudo da explosão da vida, o pinheiro que surge altaneiro como taças
desabrochando, uma nova vida, como a dizer: NASCI!
Obrigada Gralha Azul!
Quantos céus para agradecer!
Finca no tronco vergado tuas asas azuladas, engalana o mundo com seu trabalho,
ouça as canções de todos os pássaros seus amigos que procuram a sombra benfazeja
do pinheiro que enfrenta raios e trovoadas, ventos e furacões.
Agora, quando os sinos repicam no campanário, descanse, ó ave das aves,
mealheira de bens. É o entardecer que agonizando, mostra o crepúsculo e chama a
meditação... descanse, adormeça.
|