Um dia destes, lendo uma correspondência de ex colega, dizia-me estar observando
semelhanças entre políticos do passado e os atuais.
São detalhes que impressionam. Por exemplo, fisicamente, as manchas escuras na
pele, a maioria calvo ou iniciando essa fase, barrigudinhos, ou caminhando para
tal, vaidosos, prepotentes, gananciosos, mentirosos, lobistas, pois defendem
grupos empresariais ou de amigos.
Quando num determinado momento da sua explanação, cita que leu sobre
reencarnação e que Getúlio Vargas teria sido Dom Pedro II. O que?
Comecei a rir, natural para nós que somos daqueles... ver para crer.
Bem, olhei atentamente e analisei as duas figuras.
Barrigudinhos, gostavam de música, teatro, comer bem.
Dom Pedro I
Eu gostaria de saber quem na contemporaneidade seria o Dom Pedro I.
Dizem que não podia ver um “rabo de saia”, até o chamavam de tarado e ai, que um
pai, ou marido escandalizado pelo assédio, o procurassem.
Já os “chifrudos”, aqueles cujas mulheres o procuravam, dizem era um belo rapaz,
guapo, forte, valente, carismático, falante, inteligente, calavam-se e uns até
ficavam orgulhosos por terem alguém tão próximo que atraiu a atenção do
príncipe.
Coisas da nossa história, revelada até em filmes.
Rio de Janeiro e Brasília
Sabemos quando o Rio de Janeiro era a capital do Brasil e, mais recentemente
Brasília, foram e são focos de verdadeiras orgias praticadas por membros do
poder, não se sabe porque, mesmo com atitudes que desabonam essas pessoas, por
usarem a máquina pública, quase sempre nos palacetes alugados para fins de
trabalho e reuniões, são aceitos pela sociedade e andam por aí como os tais.
Por detrás das portas dos gabinetes, quantas histórias amorosas ficam
silenciadas e escondidas.
Deixemos esses fatos lamentáveis, para lá.
Geralmente, entro em sites de músicas. Num deles, encontrei hinos que aprendi
com as professoras de música do Instituto de Educação do Paraná, Josefa e
Soledade, hinos que a juventude atual nem sabe existirem, caso dos Hinos do
Exército, da Marinha, da Aeronáutica, do Expedicionário, e tantos outros do
Brasil!
Maestro Bento Mossurunga
Não poderei deixar de citar o maestro Bento Mossurunga, já bem idoso, autor do
Hino do Paraná e que, frequentemente, ia até a sala de música onde estávamos
cantando, fazendo as correções necessárias.
Depois, vejam o que fizeram quando das reformas do Ensino, eliminando certas
disciplinas, inclusive essa, tão fundamental para todos nós, o de desenvolver o
gosto pela cultura, artes e tradição.
Hasteamento da bandeira
Era um imenso orgulho hastear a Bandeira do Brasil, cantando hinos
simultaneamente... eu ia sempre e confesso, arrepiava!
Quem tinha coragem de colocar as mãos nela sem ser com todo carinho e cuidado?
Quem pixava uma parede ou muro?
Não só a escola ensinava... os pais, no lar, davam exemplos de civilidade,
respeito, honestidade. Havia respeito.
Helena Kolody
Outros mestres tive também a honra de conhecer, alguns foram orientadores por
algum tempo, caso da poeta Helena Kolody, amiga de minha mãe desde a infância em
Três Barras... Pompilia dos Santos, Fernando Azevedo, Erasmo Piloto, padre
Jerônimo Mazzaroto da Paróquia de Santa Terezinha e tantos outros de saudosa
memória.
Eram sábios, amigos, mas, cobravam estudos. Eu como sempre, fui ótima aluna,
contestava alguns conteúdos por considerar nunca utilizá-los, ainda há pouco, na
Faculdade, tinha esse comportamento, portanto não foi fase da adolescência não,
rssssssssss.
Instituto de Educação do Paraná
No passado, aqueles mestres, certamente compreendiam meu jeito e riam de algumas
argumentações, com certeza sem embasamento, mas, sei que até achavam legais, nos
deixavam manifestar pontos de vista, por isso uma geração de contestadores
existiu naqueles anos, e, nos posteriores.
Penso... uma pessoa que vai ministrar aulas para crianças ou adolescentes,
preparando-se em uma Escola Normal, (acabaram com elas e deveriam retornar),
deveriam receber aprendizado e treinamentos para saber lidar com eles, quer
sejam pessoas normais ou diferentes. Que professor saindo de uma Faculdade de
Letras, compreende a linguagem do deficiente auditivo ou visual?
Alunos
Certamente vai ter esse educando em sua sala, até os com pouco déficit, daí
precisar de maiores conhecimentos técnicos, mesmo que posteriormente, venha a
fazer uma especialização. Eu considero que todo aquele que vai enfrentar quando
da profissionalização uma sala de aula, deve saber lidar com sua clientela.
Recentemente, tive professores num curso superior, que não admitiam sequer
perguntas, diziam para não interrompermos seu raciocínio, rsssssssssss... como
raciocínio se estavam, passando os conteúdos jurídicos na lousa para copiarmos?
Coisa dos tempos de Sócrates e Platão! Só que aqueles eram os “VERDADEIROS
CARAS”! Desanimei e desisti...
Platão e Sócrates (pintura de Rafael)
Era até ridículo ouvir alguns falarem de política, sem que soubessem nos
informar o que ocorreu em determinado período.
Por isso, a estudantada está meio “inerte e calada”...
Como professora, sempre permiti perguntas e interrupções e até questionamentos.
Mas, deixando as frivolidades das pessoas de lado, leiam que versos mais lindos
o do Hino da Marinha, um dos mais bonitos que conheço e que jamais olvidei!
“Qual cisne branco que em noite de lua
Vai deslizando num lago azul.
O meu navio também flutua
Nos verdes
mares de Norte a Sul.”
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