No despertar de mais uma manhã de verão, pássaros invadem a mata densa, trazendo reflexos do Sol em suas douradas asas.

Quando flutuam mansamente, o espaço é invadido por tal beleza, que comove.

Ao longe, o horizonte trás nos seus contornos, perfis das serras e matas encantadoras que dizem da riqueza que a humanidade possui e que por hipocrisia e ganância, faz de conta que nada lhe diz respeito.

Em todo o mundo, pessoas vão-se aglutinando ao redor das cidades, formando núcleos desconexos, sem forma definida, sem proporcionalidade, sem humanismo, sem perspectivas de um viver melhor.

E, ao olharmos aquele céu mais lindo todo azul, aquelas nuvens brancas que recebem algumas mais negras, que sabiamente entrelaçam-se, contornam altaneiras as altas montanhas e perdem-se no vazio do espaço.

Aqui e acolá, mais além, plantações incrustadas nas planícies e vales, recebem o colorido das florezinhas mescladas de coloridos tão sutis, que encantam a cada vislumbrar.

Se sabemos que sábios são todos aqueles que apreciam a beleza diária da natureza, ter a capacidade de renascer e ressurgir a cada segundo, o que dizer da perpetuação incansável da suprema magia que vemos a cada dia e não cremos ainda existir.

Por tudo observado, bendigo o que a frente está, mesmo que rodeado por aberrações que colocam em risco não só as grandes, mas também as pequenas cidades.

Quando de uma música podemos seguir pelas notas musicais o que a partitura contém em toda sua plenitude e exuberância das sinfonias na ação, a realidade é bem diferente.

Naquele derradeiro enlevo do amor maduro, envolvidos pela poeira dos anéis de Saturno, como que num imenso e perfumado jardim, esplendorosos são todos que amam, e que situam-se entre o céu e a terra.

Agora, no último pensamento, o que dizer do pequenino ramo de alfazema que delicadamente perfuma o imenso jardim chamado Terra que também abriga a pequenina formiguinha que célere corre por entre a folhagem e pedraria, recolhendo-se exausta no seu habitat.

No exato momento em que desaparece a claridade, o anoitecer se oferece em toda magnificência estrelar, tal vaga-lumes errantes à procura do tudo.

Que retumbem com as trovoadas os canhões por detrás das serras, que ressoem os pios da passarada aconchegando-se em cada coração e nada, nada é mais belo e prazeroso que aquele apertar de mãos, aquele abraço aconchegado no peito e um beijo derradeiro de um adeus.

 

 

 

 

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