Naquela noite toda enluarada

olhar para o firmamento era o chamamento

quando brilhavam milhares de pontinhos

faceiros, cristalinos, palpitantes.

 

A escuridão que cercava o solo

refletia uma luz prateada que da Lua

esgueirava-se por entre os galhos das árvores

e como que sorrateiramente, sumia vez ou outra.

 

Uma magia envolvia aquele ambiente

e como no sonho juvenil do encontro

ressabiado, medroso, tímido

duas almas crepitaram nas chamas do amor.

 

Era uma noite recapada por luzes

e simbolicamente o céu e a Terra

fizeram que brasas acesas na fogueira

do bem querer... ardessem.

 

Cruzados todos os dizeres do amor

vidas unidas adornaram altares

quantas esperanças e realidades,

milagres e bênçãos adormeceram.

 

O dolente cipreste moveu seus galhos

naquele silêncio uma profusão de perfumes

vindos das açucenas e jasmins

inundaram até as rosas carmins.

 

Curvados como que em oração

sublimados pelas carências de amores

na amplidão do misticismo

trombetas anunciaram quem chegou.

 

Na reflexão encantadora

mistérios recortam esboços inquietantes

é a eternidade da sensação de tudo ter

de muito amar.

 

No tatear das mãos invisíveis

no roçar dos lábios não umedecidos

foram noites e mais noites

consagradas a um imorredouro Amor!

 

 

 


 


 

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Fale com a autora:  lyzcorrea@hotmail.com


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