O sol esconde-se por detrás da serra que rodeia a cidade.
Ao longe, ouve-se a algazarra da criançada que canta, saltita e grita,
entusiasmada com a banda que acompanha a troupe circense. Artistas em roupas
coloridas, clamam a população para o espetáculo da noite.
À frente da comitiva está um homem muito alto, com perna-de-pau, roupas
listradas e uma cartola imensa.
Logo atrás vem o domador com sua chibata a estalar próximo a jaula dos leões. O
que encanta são os macacos e elefantes. Cachorrinhos “poodle” vestidos de
bailarinas, fazem piruetas no ar!
E o que dizer dos malabaristas e trapezistas que numa barra de metal fazem
pequenas demonstrações de suas habilidades.
Que linda a bailarina cujas roupas de tule são bordadas com lantejoulas e
paetês, brilhando à luz nos últimos raios de sol. Nas pontas dos pés em suas
sapatilhas brancas, fazi rodopios graciosos!
A alegria começa a tomar conta da pequena cidade do interior. Trapezistas
brincam animados com o homem que sopra e engole fogo.!
Palhaços com roupas espalhafatosas, cara pintada exageradamente e sapatos
imensos nos pés, fazem graças com a criançada oferecendo pirulitos adocicados.
A banda continua animada, barulhenta, com pratos, zabumba e trombones.
Chega a noite e o tão esperado momento do espetáculo. Luzes acendem-se fora e
dentro das lonas coloridas do circo.
Ao redor dele, ambulantes com suas carrocinhas vendem cachorro quente,
amendoins, cocadas, maçãs do amor e algodão.
Logo, as arquibancadas ficam repletas de crianças, adultos e idosos que
ansiosos, batem palmas enquanto o espetáculo não começa.
Eis que rufam os tambores!
Abre-se a cortina. Surge o narrador dizendo:
− Senhores e Senhoras...
Crianças... C
espetáculo vai começar!
Alegria geral... palmas...
ovações... a cada cena representada...
Os animais obedecem o comando
dos domadores, bailarinas graciosas rodopiam, e o palhaço num canto, derrama
duas lágrimas que lhe descem pela face coberta de carmim.
É assim a vida do palhaço.
Fazer rir é sua missão... enquanto todos riem, cantam e batem palmas... o
palhaço chora... quiçá de saudades... ou a perda de um grande amor!
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