Quando acordo espreguiço-me na cama entre os lençóis macios que adoro com
babados e, fitas.
Por entre o vitral com persianas levantadas, olho para fora e observo se os
passarinhos rodeiam o pombal onde todas as manhãs levo seus alimentos para uma
variedade imensa deles que ornamentam o quintal da minha casa, o que a torna
encantadora.
Para mim, não fora a presença deles ali todos os dias, a minha existência não
teria sentido.
Sorrio a cada bicada que as pombinhas dão nos intrusos, para ela, que ali vão
abocanhar a quirerinha e levar aos seus filhotes. Nessa época proliferam os
ninhos e os filhotinhos num coro uníssono de piados.
Se o sol aparece por entre os galhos da jabuticabeira, das laranjeiras, fico
confiante que o dia será prazeroso, porque nada mais gostoso que estar por entre
a grama úmida, sentindo o calor suave do sol do amanhecer.
Como é suave o semblante discreto das borboletas que como anjos pousam em cada
florzinha, adoro-as são como toda a juventude feliz. Elas não descuidam de sugar
o que delas podem aproveitar.
Borboletas de asas azuis são encantadoras, como bendizer a vida que iniciou
por um casulo que não foi retirado nem queimado pelo algoz?
Confiantes e felizes, não observam o tétrico cenário que alguém pode levar que é a
morte a esse ser tão lindo quanto os mais brilhantes raios do luar.
Aprecio o jogo de luzes que o sol e a natureza irrequietos nos elevam até a
glória. Nós humanos temos amores que acomodam no tablado
brilhante, cômicos que zombam da vida e nesse momento ela torna-se um espetáculo.
É encantador o soluço da esperança e da ventura, da fé, pois o afastar a
desgraça, faz com que o sentir na íris a luz da verdade é uma grande virtude.
E, neste misto, nessas matizes onde a vida torna-se um espetáculo com variados
quadros nesse imenso teatro que é o Universo, o meu mundo não debate-se nem
revolta-se mas tenta compreender os caprichos da obra que forças naturais
proporcionam.
Se por ventura
eu disser que sou inconsciente e sem raciocínio diga que desviei da rota
que nos leva a rodopiar entre o bem e o mal e que apenas o cérebro de tantos prodígios
e tantas maravilhas torna o mecanismo do saber
assombrar como um bálsamo dos mais puros perfumes!!! |