Caminhando ou vagando por terrenos nem sempre favoráveis, aquele homem segue seu
destino em busca de algo, que mesmo ele não sabe o que é... seria esquecer o
passado desastroso, ou, a esperança de um futuro feliz...
Nos tortuosos encruzilhamentos à sua frente, muitas vezes não sabe por onde
seguir!
Tal qual aquelas espumas do mar que, céleres procuram as areias brancas da praia
para em bolhas dispersarem-se, ele vagueia cabisbaixo, levando nas costas sua
mochila, com poucos pertences, e, um mundo de recordações em forma de papéis,
fotos e revistas.
Vez ou outra, lágrimas percorrem os sulcos da sua pele queimada pelo sol.
Essas deslizam suavemente rolando como dizendo ao coração... apanhe uma dessas e
aconchegue em suas veias de rubis, talvez ali ela encontre guarida e acalanto!
As lágrimas são como nossos sonhos, que por serem mal traçados, não chegam a
lugar algum, gerando ansiedades e perdas.
Porém nada é estático, outras gotas de lágrimas surgirão, e, numa
resplandescência, serão vistas sem cristalizarem as cores opacas da pele
amorenada, mas com tal forma que mesmo dispersas nos vazios dos seus parcos
ideais, faz revigorar naquele homem, o desejo de falar com alguém, de ouvir
palavras, de receber um abraço!
Aquele homem, trajes rotos, com aspecto triste, sem fulgor, sem desejos, despido
de vaidades, sonha... sonha... Ele tem esse direito... o de sonhar!
E, como aquele relógio antigo de parede que badala sons a cada hora, como aquela
bruma que dispersa-se na beira da praia, seus sonhos desaparecem, ficando na
lembrança um último alento, esperando que suas lágrimas recebam mãos que as
sequem, pois agora elas são cristalinas e puras, como as auroras em cada
amanhecer!!!