Interessante observarmos as mudanças ocorridas no mundo, principalmente no Brasil.

Somos ainda um país jovem, de grandes contrastes sócio-econômico e cultural, por isso, recebeu atenções de alguns pensadores, que procuraram estabelecer uma correlação entre certos períodos da nossa história, nem tão distantes assim.

Procuramos analisar situações, como quando das grandes descobertas, Portugal e Espanha duas das maiores potências da época, exerciam uma soberania e exploração sobre essas terras e seus povos, buscando riquezas e impingindo modalidades próprias de conquistar, dominar e explorar.

Descobridores Portugueses

Essas terras, colocadas no mapa do mundo feudal, necessitava de mão-de-obra para a extração da madeira, dos minerais, para o plantio de cana, para o gado e posteriormente, para a extração do ouro.

Qual a solução? Tentou-se captar o habitante aqui encontrado, para esse trabalho.

Pela liberdade em que viviam, pela caça e pesca, pelos alimentos e frutas, pela cura dos males, jamais submeteram-se a um trabalho fiscalizado e dentro de limites.

Índios em caçada de onça

Por tudo isso, foram quase que exterminados em seu habitat.

Quando nos rebelamos pela forma com que agiam, ou, deslocavam os africanos, certamente é porque nos espelhamos no que aprendemos com movimentos contrários à escravidão e itens inseridos em nossa Constituição.

Vimos assim, foram molestados todos, em suas liberdades.

Imaginemos a reviravolta que aqueles enchapelados, causaram nos habitantes naturais que somente conheciam os seus iguais.

Escravidão indígena

Querer transformá-los em trabalhadores, era impossível!

Cumprir horários, receber ordens, aprender outra língua, orar a outros deuses, aprender outras danças, nas doenças não ser atendido pelo pajé, ter outros costumes, ufaaaaaaaaa, quantas mudanças.

Tudo complicado também para o africano, porque sem lhes serem oferecidos direitos e algum benefício a si e à família, viviam em situações de extremas dificuldades.

Trabalho nos canaviais

Quando relata-se sobre africanos trabalhadores dos engenhos e ou fazendas, sabe-se que não discutiam ou questionavam algum direito como o de ter seu próprio pedaço de terra, cultivar alimentos de subsistência, ter salários.

Isso como vemos, em nada difere das questões pleiteadas por trabalhadores ainda nos dias atuais, o de poderem também ter acesso á terra, ao aprendizado de uma profissão, e, oportunidades outras.

Fazenda de café

No campo, trabalhadores que executam trabalhos na agricultura e pecuária, são geralmente os mesmos que deixam máquinas e equipamentos funcionando, às vezes, sem receberem um centavo a mais em seus salários.

Volvendo ao atendimento que era negado a trabalhadores, os direitos de igualdade, civilidade e dignidade, demoraram para que bandeiras fossem desfraldadas em direção a  eles.

Não devemos esquecer essa parte da nossa história, para que, evitemos certa discriminação que a olhos vistos, são cometidos contra índios, negros, mulatos e também contra imigrantes.

Se houve ou há problematização das raças branca ou negra, não podemos esquecer a contribuição cultural existente, pelos cruzamentos e inserção das tradições desses povos.

Livro O Povo Nrasileiro de Darcy Ribeiro

Já o professor Darci Ribeiro, estudioso dos nossos indígenas, repetia que se não geraram lucros, é por serem serviçais de pobres, e o africano, era o “sabe fazer de tudo”, estando junto à terra, às culturas e aos proprietários dos bens, em trabalho quase que contínuo.

Nós, pela forma de trabalhar a terra com uma sociedade eminentemente agrária, sem mecanismos para grandes produções que exportadas, geravam lucros, caso do café, do algodao, da cana, o trabalho desenvolvido foi optar pelo envolvimento familiar e grupal, e que chamava-se eito, com a função de limpar a terra, nela plantar, enxadar e realizar a colheita.

Trabalho na colheita do café

Atualmente, com o desenvolvimento da tecnologia, das ciências agrárias e informática, aqueles que lidam no campo teem a seu favor, outros meios de produção e trabalho.

Alguns fatores foram determinantes para que no final do século XIX, influenciados pelas correntes e tendências deterministas, o tema do trabalho exploratório do homem pelo homem, chega aos que lidavam com a cultura, chamados intelectuais, homens dos livros, da imprensa, da justiça.

Navio de imigrantes japoneses

Em se falando no homem brasileiro, como raça, deduzimos que de certa forma, continuamos a ser um a máquina humana girando a economia, vistos  como uma sociedade com misturas  de várias raças, sem cor, nem negra nem branca.

Do assunto tão discutido, em não haver racismo, ele existe, silencioso, um racismo dissimulado, ligado a uma “cordialidade”, onde poucos se dizem preconceituosos, mas que na realidade a sociedade, assim o é.

Podemos quase que afirmar, ainda existirem posturas sobre o abordado como em clubes, hotéis, elevadores, e, comportamentos assim postulados, são estendido aos pobres e outros, sendo que para uma denúncia, são necessários testemunhas e aí a lei pode falhar...

Mas, não podemos esquecer de dizer que esses preconceitos são estendidos aos gays, aos miseráveis abandonados, onde gangues atacam com violentas agressões, e esse racismo não é pela cor da pele, mas pela condição social e econômica do atacado.

Favela Dona Marta urbanizada

Ainda poderemos aqui lembrar dos que vivem em favelas, as chamadas comunidades, onde convivem pessoas de bem, mas como em toda sociedade, também existem marginais, e cada atitude que indique uma ação negativa, é tida como suspeitos.

Só com a melhoria das condições de vida, de educação, de cultura, habitação e respeito aos direitos do cidadão, reduziriam tantos conflitos e ações errôneas, pois ferem os direitos de cada brasileiro.

Caiçara, imigrante italiano e caboclo

O certo é observar mais a brejeirice e fala do nosso homem do interior o caboclo, do litorâneo o caiçara, do branco com toda sua suposta esperteza, dos imigrantes e seus descendentes que nos legaram vocabulário rico, trazendo nas danças, nas músicas e nas tradições, um pouco da sua terra.

Com toda essa maravilhosa miscigenação de raças e cores, o Brasil, é  a terra muito amada de todos nós.

 

Dança típica ucraniana - Paraná

 

 


 


 

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Fale com a autora:  lyzcorrea@hotmail.com


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