Programa de auditório na TV

 

Cursando Jornalismo há anos passados, tivemos momentos em que deveríamos pesquisar sobre variados assuntos pertinentes ao país e, seu desenvolvimento.

Interessante observarmos quão bom era o ensino ao tempo em que crianças, o currículo muitas vezes criticado na atualidade, formava cidadãos que tinham respeito pelos símbolos, pelos mais idosos e pelas Leis.

Escrever sobre o nosso país, fatos já vividos, uns interessantes outros nem tanto, faz com que voltemos a esse passado, onde subíamos na cadeira da sala de jantar para ver bem de pertinho sabem o que? Um rádio!



 

Sempre colocado num móvel em sua parte mais elevada, porque era perigoso e proibido os menores manipularem. Diziam:

Isso faz xixi na mão de criança e nós, mesmo estranhando, nele não colocávamos as mãoszinhas. Quanta diferença para os dias atuais!

Agora essa gente pequena usa e abusa dos aparelhos eletrônicos, dando verdadeiros bailes nos adultos. São cibernéticos, com certeza.

Nos estudos curiosidades vimos, como sobre os meios de comunicação. Na década de cinquenta por exemplo, o rádio era o recurso que a população utilizava para saber das notícias, ouvir músicas o que ocorre até os dias da atualidade, tendo ouvintes cativos tanto nas AMs quanto FMs, apesar da popularização da TV.

Programas de músicas sertanejas, rádio novelas, transmissões de jogos de futebol e programas de auditório, alavancaram sucessos no passado para pessoas do meio artístico, e, em cada residência, o rádio, mesmo produzindo descargas e ruídos irritantes eram objeto de uso diário.

Notabilizaram-se cantores que hoje estão esquecidos, apesar de ídolos até pouco tempo.


Walter Tasca, o primeiro câmera man da America Latina

Interessante, que os fãs clubes, disputavam entre si quem seria no ano próximo, o rei ou rainha do rádio, a melhor marchinha carnavalesca, muitas ainda hoje cantadas nos salões quando do carnaval, exemplo da Cabeleira do Zezé, Lata d’àgua, Me dá um dinheiro aí e centenas de outras mais.

Essa disputa vivida nos auditórios das emissoras de rádio como Cesar Ladeira da Rádio Nacional, Chacrinha e de outras emissoras, eram palco dessa animação fantástica da platéia...

Notabilizaram-se cantores e cantoras, alguns ainda atuantes, caso de Cauby Peixoto e Ângela Maria, Agnaldo Rayol.

Outros falecidos, Emilinha Borba, Elizete, Dalva de Oliveira, Nelson Gonçalves, que foram cedendo seus espaços à medida que a televisão progredia no país, pela visão e empreendorismo de Assis Chateaubriand, dono dos Diários Associados.

Homero Silva, foi o mestre de cerimônia na inauguração da televisão,
a seu lado o sonhador Assis Chateaubriant,
que via seu sonho ser realizado.

No início, causou surpresa o arrojo do empresário, mas, gradativamente e em pouco tempo, o aparelho trazido do exterior, chamou a atenção quando exposto nas lojas.

Isso porque, numa iniciativa interessante, doou centenas deles a amigos, políticos e a algumas lojas, fazendo com que, pela curiosidade, pessoas procurassem saber mais sobre a novidade que se dizia produzir maravilhas e que substituiria o rádio.

Comprar um aparelho de televisão era quase impossível para a grande parcela da população, por ser um bem caro.

 

A televisão, na busca em atrair o público, faz o que?

Adapta a linguagem utilizada até então pelo rádio à nova realidade, contratando atrizes e atores para as telenovelas. Tudo era ao vivo.

O país passava por sérios problemas ligados à política, e correntes apoiadas em bases nacionalistas, defendiam que ir em busca de capitais externos, certamente faria o desenvolvimento.

Essas conturbações no campo da política, ocasionou um desfecho inesperado, ou seja, o suicídio do presidente brasileiro.

Como não poderia deixar de ser, questionamentos e comoções, do porquê daquela atitude tão radical de um homem que transformou leis e criou outras de importância para a Nação e sua população.

 

O ato, deixou marcas profundas na vida nacional, porém, na televisão continuam investimentos, passando a ser o sonho de consumo de todos aqueles que desejavam algo que oferecesse recreação, entretenimento e cultura.

Nenhum empreendimento vive de sonhos, fantasias, utopias.

O caminho até as multinacionais foram percorridos, conseguindo a emissora patrocínios.

Dentro das perspectivas, havia necessidade de regulamentar normas, enfim, criar um Código de Telecomunicações, por isso,surgiu a EMBRATEL no governo de João Goulart. Até hoje vem dando formas ao sistema que está em constantes transformações.

Uma Nação que precisa desenvolver a indústria, o comércio, ter produção, estradas, portos, aeroportos, com as oscilações políticas e crises em vários campos, necessitava de dirigentes focados nos setores carentes que com mão forte, de idealizador, colocasse em prática, aquilo que faltava para haver progresso.

Jucelino Kubichek durante a construção de Brasília

Surge Jucelino, presidente que oportunizou a abertura ao capital estrangeiro, instalando empresas que comercializavam automóveis, eletrodomésticos, e em especial, aparelhos de comunicação como rádios, TVs, jornais, revistas.

Com toda agilização e o interesse dos industriais em colocar no mercado brasileiro produtos diferenciados, o número elevado de aparelhos de TV vendidos em uma década, surpreendeu até os mais céticos.

Dos humildes 200 aparelhos do início, agora aos milhares, fazendo com que as emissoras do Rio e São Paulo, iniciassem o processo de gravação, vendendo algumas produções para canais de outros estados.

As carinhas das garotas propaganda, agora não mais apresentando-se ao vivo, mas pelo videotape, produzem o efeito que a indústria e o comércio desejavam, vender mercadorias que anunciavam.

O colocado nas telas, com imagens bonitas, coloridas, bem arrumadas, maquiadas, irradiando juventude eterna, incitam o espectador a comprar.

Os filmes rodados na teve, não vinham com tradução, era inevitável e importante serem em português.

Assim, um homem da Imprensa associa-se a um grupo americano, o que era proibido por Lei, e traz pessoal especializado, bem como equipamentos de última geração e cria outra emissora, até hoje com o mesmo nome.

 

Regime militar

Porém, como nada é estático, constantes movimentações de cunho ideológico, levam o país a algumas conturbações de ordem política e social.

Um regime militar instalou-se, trazido por movimentos que temiam mudanças no regime e na forma de atuação governamental.

Foram anos e anos onde a liberdade foi questionada, e mudanças ocorreram também no Código, passando a ter influência ideológico-militar que na área das telecomunicações é defendida como sendo de segurança e integração nacional e de desenvolvimento.

A história registra essas mudanças e até os dias atuais são foco para debates e contestações.

Alguns críticos afirmam que, emissoras de rádios, jornais, e redes de televisão, receberam benefícios dos governantes nesse período para divulgarem e defenderem as ideologias deles emanadas.

Posse do primeiro presidente civil depois do regime militar

Redemocratizado o país e com a eleição de um presidente civil os telejornais, pelas tecnologias e estratégias, passam a ser alvo do interesse dos telespectadores nos horários ditos nobres, rivalizando com as telenovelas.

Programas com apresentadores populares ou apelativos, há décadas estão em evidência, levando um grande número de pessoas aos auditórios, principalmente nas noites e finais de semana.

Porém, sempre haverão descontentes com as programações das emissoras, daí surgirem as TVs a cabo, tentando atingir as classes mais altas da pirâmide social. Hoje estão acessíveis, felizmente.

Isso demonstra que a televisão iguala as pessoas e devemos às linhas de crédito oferecidos há dezenas de anos, fazendo com que haja concorrência entre as marcas e seus produtos.

Motivo de discussões, são os horários diários em ano eleitoral, que garante a partidos e candidatos livremente colocarem as metas de ação e divulgarem atributos que porventura tenham.

Dificilmente vemos explicarem o porquê das alianças e outros acordos entre os que se diziam rivais ontem, mas hoje, agrupam-se e passam a ter os mesmos objetivos e intenções.

 

Propaganda Eleitoral

Pessoas estudiosas ou ligadas às comunicações, criticam os envolvimentos de emissoras com os governos, isso independentemente da época, acusando-as de divulgadoras e de distorcerem verdades e fatos, porém, temos de admitir, elas interligam o país e auxiliam na modernização.

Por tudo dito, concluímos que a genialidade do homem que visualizou para um tempo pequeno o crescimento da televisão, cumpriu uma missão importante, porque no mundo só vencem os destemidos e criativos.

Numa evolução assustadora, a qualidade das imagens, as novas tecnologias, a digitalização, mostram que alterações para melhor veremos sempre, no campo das telecomunicações.

Produções artísticas aqui produzidas, são vendidas a países considerados de Primeiro Mundo...

Nossa história é feita por homens e mulheres que não tem seu nome escrito na história. Outros o colocam por seus feitos, mas à luz fria da investigação saberemos dos erros e acertos, sem nenhuma paixão, mas à luz da verdade.

 

A Justiça, de Marília Chartune


 

 


 


 

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Fale com a autora:  lyzcorrea@hotmail.com


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