E daí, existe resposta para essa pergunta?
Teorias e teorias tentam explicar, porém, nenhuma parece convencer.
Assim, como temos capacidades, potencialidades, inteligência, tudo único, dizem
termos também uma aura que é uma luz própria.
Creio ser aquela auréola ao redor da cabeça dos santos que teem coloridos e
brilhos. Como ela surge e qual o motivo dela existir em cada um de nós?
E a vida palpita com sua pureza e docilidade, os raios refletem para todos os
lados como sóis reluzentes.
Somos como os jardins quando ficam cobertos de flores.
Exalamos perfume pelo ar, somos aveludados como as campinas, temos nos olhares o
azul dos céus, o verde dos mares, o castanho das serras desnudas.
No despontar da aurora ou nas noites enluaradas, somos românticos e cheios de
encantos.
Mas nas tardes cinzas e tristes quando as flores perdem seu vigor e murcham,
entristecemos.
Somos assim como que uma colcha de retalhos. Amamos o sorriso das criancinhas,
tememos os rancores das feras, apreciamos a candura dos passarinhos, choramos
com a fidelidade dos cães.
Com todas
minhas dúvidas, reflexões, perguntas sem respostas, bendigo a vida e em meu
coração repousa agora não mais na angústia mas, na aceitação dessa vida como ela
é... um imenso palco todo iluminado, com vários tablados, áridos ou não, mas um
grande laboratório onde as pesquisas continuam talvez para nunca terem um fim.