Nossa professora de espanhol, repassou na ultima aula, um documento escrito por um poeta sulamericano, tentando esclarecer sobre a palavra “saudade”.

Lindamente ele diz que portugueses e nós brasileiros, temos o privilégio de manifestar por uma só palavra, sentimentos de tristeza, alegria, amor, emoções, que em outros idiomas, não existe para dizer: “sinto falta de você”, “você é inesquecível”, ou, “você já faz parte da minha vida”, e vai por aí.

Por considerar o que ele disse de extrema singularidade, vou repassar aquilo que para mim, acomodou-se direitinho num cantinho do meu coração. Leiam o que ele escreveu:

Não recordo o nome desse amigão dos brasileiros, que ama nosso país conforme ele mesmo disse, ser um carioca por convicção e admiração!

Por tudo isso, é importante que também valorizemos aqueles que falam bem do Brasil, o amam mesmo com suas dificuldades e singularidades, nem sempre compreendidas aqui e fora do país.

Existe em nosso cancioneiro popular, milhares de peças musicais, tentando descrever sobre “saudade”. Em cada uma há sentimentos tão bonitos, outros tristes, fortes, lamuriosos, alegres, tudo dependendo do estado de alma daquele que no momento escreve e revela seus sentimentos!

Confesso a vocês que ao escrever, procuro ouvir uma música que me emociona naquele momento. Geralmente ela é suave, melancólica, e, instrumental.

Muitos estranham o fundo musical que seleciono para o que escrevo, porque me vêem como alguém alegre e de bem com a vida, mas é uma realidade, escrevo colada na emoção!

Agora, confesso que muitas vezes as lágrimas revelam o que o coração sente e não há palavras que a substituam ao rolarem numa face, principalmente de criança ou uma mulher.

Lágrimas são iguaiszinhas aos sonhos, aos anseios, são gotas que surgem cristalizadas e podem esconder alegrias mas também desencantos e desilusões.

Se não existisse a saudade, como seria o setembro do próximo ano, quando a primavera ressurge por debaixo do transparente firmamento azul, ou da brilhante luz das estrelas, quando os jardins já florindo deslumbram, porque é admirável o que a natureza demonstra nesse triunfal renascer, como se tudo por aqui fosse um imenso festival!

Saudade! Setembro! Primavera!

Como numa oração, que os roseirais, as açucenas, os crisântemos, numa sutil e delicada grinalda, cinjam as bordas do firmamento e vagarosamente deixem que uma tênue nuvem de poeiras perfumadas lentamente abracem a natureza e todos nós viventes, e misteriosamente possam acalentar todos os corações...

Saudade... assim como as trepadeiras que enredam-se pelos troncos que as aceitam, revista de doirados as paredes das nossas esperanças!

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