Se eu pudesse, na vastidão do universo e dos caminhos, daria com certeza todos
os passos novamente, só para rever as flores das alamedas, o rosto das pessoas
que convivi, os passarinhos exóticos que admirava no cimo das árvores.
Se eu pudesse, faria todas as pessoas mau humoradas sorrirem, e se por acaso,
tivessem encontrado aquelas pedras no trajeto, as ajudaria a tirá-las uma a uma.
Se eu pudesse, deixaria de derramar lágrimas por uma dor, apenas de alegrias,
pois certamente elas rolariam em forma de corações.
Se algum dia alguém dilacerar seu coração, não sofra, dobre uma das veias que o
regam e deixe por ela fluírem os delicados beijos que tem para oferecer.
Lembre que aquelas figuras tétricas com falsos sorrisos, que a miude vemos por
ai, não encantam, nada dizem de bom.
Saiba que os navios a cada dia atracam num porto seguro, onde a brisa serena
suave e leve, desliza pelos cabelos e pelos rostos, sem macular.
Como as lendas que ouvíamos nas noites antes de adormecer, sem luar ou estrelas
no céu, imaginemos que sorrateiramente algumas aparecerão como lanterninhas
iluminadas.
Aquela nuvem que indiscreta aconchega-se no alto da montanha, reflete-se nas
águas cristalinas da lagoa.
Veja, todas as manhãs, no horizonte aparece o sol radiante, sereno, parece vir
para nos acalentar.
O que importa para a humanidade quando os sonhos ficaram escondidos no recôndito
dos corações, ou morreram nas frias noites quando um amor não acalentou...
Agora, que a tarde rapidamente aproxima-se, o poente parece contorcer-se, e, um gemido ouve-se ao longe como sinal de tristeza. Todo encantamento suaviza a alma humana e, dentro de cada um, como aquela lagoa encantada, sublime, pérolas de mil amores, canções e poesias surgem, em forma de raios de luar! |