Por entre a pequenina abertura da porta

avista-se o interior da casa solitária e triste.

Num canto uma mesa

coberta por toalha de fundo negro,

bordada com flores vermelhas e verdes ramos.

 

Nas paredes revestidas com papel em florais

com leves realces em prata...

mostra retratos dos antepassados pendurados

na parte central da sala de visitas.

 

Vinda de não sei onde

uma música suave e linda

é a única a mostrar que aquela

casa não está abandonada...

 

Luzes... sombras... aromas...

por entre aquela pequenina abertura da porta

um pedacinho do céu aparece todo negro

e como a desabrochar... vem a Lua.

 

Esplendorosa, iluminada

veste-se com seu manto prateado

e como lágrimas de alegria caídas pelo rosto

consente que se assista o derradeiro

beijo dos enamorados

 

A pequenina abertura da porta

violada agora...

sugere pelo amarelado do tempo

as saudades... recordações

dos tempos lá vividos!

 

O mesmo céu agora coberto pelas estrelas

trás entre os ramos das frondosas árvores

os ninhos dos pássaros

que durante o dia, saltitam por

entre o arvoredo em flor.

 

Que ali reine sempre

os madrigais da juventude

o palpitar de todos os corações

e que nas linhas se escrevam páginas

e mais paginas de um romance já vivido.

 

Que a aspereza do destino

não tenha virado outras páginas.

Que se ouçam o canto das cigarras

que se respirem todos os aromas

e tal relíquia se guarde no peito

como um pinheiro altaneiro

o maior dos sentimentos

- O AMOR! –

 


 

Fale com a autora:  lyzcorrea@hotmail.com


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