Por entre a pequenina abertura
da porta
avista-se o interior da casa
solitária e triste.
Num canto uma mesa
coberta por toalha de fundo
negro,
bordada com flores vermelhas e
verdes ramos.
Nas paredes revestidas com
papel em florais
com leves realces em prata...
mostra retratos dos
antepassados pendurados
na parte central da sala de
visitas.
Vinda de não sei onde
uma música suave e linda
é a única a mostrar que aquela
casa não está abandonada...
Luzes... sombras... aromas...
por entre aquela pequenina
abertura da porta
um pedacinho do céu aparece
todo negro
e como a desabrochar... vem a
Lua.
Esplendorosa, iluminada
veste-se com seu manto
prateado
e como lágrimas de alegria
caídas pelo rosto
consente que se assista o
derradeiro
beijo dos enamorados
A pequenina abertura da porta
violada agora...
sugere pelo amarelado do tempo
as saudades... recordações
dos tempos lá vividos!
O mesmo céu agora coberto
pelas estrelas
trás entre os ramos das
frondosas árvores
os ninhos dos pássaros
que durante o dia, saltitam
por
entre o arvoredo em flor.
Que ali reine sempre
os madrigais da juventude
o palpitar de todos os
corações
e que nas linhas se escrevam
páginas
e mais paginas de um romance
já vivido.
Que a aspereza do destino
não tenha virado outras
páginas.
Que se ouçam o canto das
cigarras
que se respirem todos os
aromas
e tal relíquia se guarde no
peito
como um pinheiro altaneiro
o maior dos sentimentos
- O AMOR! –