Numa cidade com ruas movimentadas, onde geralmente há motoristas que extrapolam os limites de velocidade permitida, um cão agoniza à beira da calçada, esvaindo-se em sangue.

Não se sabe se pela pressa, pela desumanidade, por ser um cão, ali fica ele sem que alguém o socorra!

Uma jovem que passa em seu veículo, rapidamente vê que uma criaturinha pede socorro, olhos semicerrados quase inerte.

Apressados passam sem a preocupação que ali no asfalto, um ser que há pouco tentou atravessar a rua, sofria dores atrozes com ferimentos que o estavam levando à morte.

A moça que reside próximo, chega em casa, estaciona seu carro, e com lágrimas nos olhos, queixa-se não ter podido parar porque atrás de si, naquele momento, carros enfileirados seguiam sem dar-lhe a oportunidade em parar.

Volta apressada até a garagem, apanha um cobertor e vai em busca do animalzinho branco acinzentado, que espera esteja vivo.

De longe avista aquele montinho peludo  no mesmo lugar.

Que alivio, aproxima-se temerosa, mas decidida. Apanha-o com delicadeza... nada de reação dele, que ao avistá-la a olha e se deixa levar mesmo que certamente as dores sejam imensas. Chegam à clinica veterinária.

O profissional revela que o quadro é desanimador, pela excessiva perda de sangue e talvez fosse necessário sacrificá-la. Os ferimentos expostos de ossos... exigia cirurgia emergencial e era preciso arriscar, o quadro era muito grave.

Ali ficou a jovem de coração mais puro, compadecida com o destino do cão, esperando a salvação tão desejada.

Passam-se as horas e há esperanças... pinos e mais pinos levaram a recomposição de todos os ossos fraturados.

O que dizer se ao pensarmos que muito poderemos fazer pelos animais que sem sabermos a causa, mesmo de raça, estão nas ruas, sujeitos a esses perigos constantes de atropelamentos, chutes, pauladas. Uma falta de sensibilidade dos que agem com os pequeninos bichinhos, como se fossem seres inferiores... assim, certamente consideram-se muito superiores!

Depois de semanas com exaustivos cuidados e muita ternura... sai da clinica restabelecida a agora minha Laika, uma anjinha que Ana Paula, agraciada por Deus com um imenso coração, salvou a vida e doou-a a mim... que felicidade estar ao lado dela todos os minutos e segundos... que candura olhar seus olhos, ver seu corpo agora ágil correr pelas calçadas, pelo jardim, provocando-me para correr e brincar com ela... adoro essa menina mais linda, carinhosa, salva por uma pessoa de extrema beleza exterior e interior, que se compadece com os animais e já salvou com atitudes semelhantes, inúmeros outros... Ana, nome da mãe de Maria, tem significado na bondade, na caridade, na compaixão, seja você querida minha, sempre assim, também um anjo vivendo, entre nós, que a amamos demais.

Uma nova alvorada surge límpida e serena porque rogamos que as estrelas prateadas cubram seus caminhos com brilhos, e que pétalas de flores não se percam no solo úmido. Que elas cubram seus pés que não caminham, mas dançam, porque flutuam como se asas de anjinhos azuis você tivesse para a elevarem a fim receber as bênçãos divinas e dos céus!

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