Tenho a certeza que ando deveras triste demais, ao recordar meus tempos de
infância e adolescente.
Ao assistir telejornais ou programas de variedades, espanto-me com
a mediocridade dos profissionais, enaltecendo pretensos artistas quer do canto,
quanto instrumentais e pegando feio quando atores e atrizes medíocres, ali fazem
seu palco nas atuações onde a seleção é pelo parentesco ou
afinidades pessoais e até conjugais.
Na minha infância nas datas cívicas, éramos convidados a ir até a escola e lá
recebíamos orientações que nos levaram a ter uma personalidade mais firme, a ter
princípios, respeitar regras, a ser amante da Pátria, ver na Nação o nosso
berço, e lembrar dos heróis como aqueles que com a própria vida nos legaram
liberdade de pensar e agir.
Na primavera, recebíamos vasinhos com plantinhas de árvores que hoje enfeitam
nossas praças Tiradentes, Ozório, Santos Andrade e tantas outras... nós que
plantávamos e lá estão até hoje, fazendo com que nos emocionemos ao por baixo
delas passar e pensar... você aqui está porque eu e meus coleguinhas a colocamos
com nossas mãozinhas na terra e íamos regar por dias e dias, pois ela fazia
parte da função de atendê-la até crescerem saudáveis.
Aqueles pinheiros, ipês que ornamentam os logradouros foram sim lá fixados pelos
alunos do Instituto de Educação e Escola Anexa Alba Guimarães Plaisant, onde com
muito orgulho estudei.
Saudades daqueles tempos onde nas mãos as crianças e adolescentes levaram as
bandeirinhas da cidade, do estado e do país e não cachimbos do craque,
pacotinhos de cocaína ou de maconha entre outras drogas.
A
sociedade mudou... dizem evoluiu... não penso que haja evolução atualmente em
relação a caráter, postura, respeito, principalmente que venha dos nossos
dirigentes, pessoas que não merecem nossas penas, e sim punições severas pela
incompetência e despreparo.
Por que aquele que rouba um pão para alimentar um filho, ou um pedaço de queijo
ou doce para levar à sua criança aquela guloseima para nós tão fácil de comprar,
recebem punições?
Com a bolsa família preferem comprar cervejinhas para tomarem com amigos nas
lajes, nas áreas das casas sem telhado muitas vezes e não vão em busca de uma
colocação e tirarem do bolso o fruto do seu trabalho oferecendo aos filhos
respeito por serem Cidadãos batalhadores, cavadores e que deviam ver neles o
incentivo para tornarem-se de bem e não os como disse um político famoso estes
dias... temos de dar a bolsa família como os portugueses faziam com os índios e
lhes davam espelhinhos!!! Louco... irresponsável... vendido...
Infeliz daquele que não usa do seu potencial para produzir e ter no retorno pelo
esforço, aquilo que gera e move o mundo... o dinheiro.
Lembro do meu pai que dizia haver servido ainda rapaz, como enfermeiro na
revolução de 30, salvou vidas e horrorizava-se em ver outros jovens como ele,
terem braços decepados, cabeças roladas, corpos mutilados, e enfrentava as
situações sem fraquejar ou abandonar seu posto, pois essa era sua missão e
dever.
Um garoto ainda, via que lutas ferozes a nada levaram, que mais vale o diálogo,
as conferências, o respeito, estando acima de tudo o ver que nem sempre lutar
com armas proveem o bem estar e o progresso. O roubar ou matar em nome da
liberdade é pura utopia pois nem na França onde filósofos e poetas divulgavam
que três palavras levariam o mundo à tranquilidade, paz e progresso.
Tudo isso se conseguiu pela lei dos mais fortes, travando os fracos,
aniquilando povos, usurpando riquezas desse mesmo povo, dominando por fincar
suas bandeiras em territórios que já possuem uma.
Continuo triste ao ver a educação desmoronar, porque por ideologias doidas,
acabaram com os centros formadores para o magistério, as Escolas Normais e
Institutos de Educação, que eram a mola mestra na formação do profissional que
atenderia a criança com sua formação pedagógica, metodológica e com certeza,
adequada para elas.
Consideraram os ideólogos que a Universidade de Pedagogia entre outros cursos,
formaria aqueles que acabariam com o analfabetismo no pais... mas infelizmente
essas instituições não formam a professorinha que vive a centenas de quilômetros
dos centros, não conseguem a maioria nem montar projetos e planos de aulas mesmo
os mais simples... vi isso ao cursar uma faculdade Federal e me entristecia pelo
foco que nas discussões com os “mestres“, usavam a carga horária para falar de
socialismo, comunismo, essas balelas dos nossos tempos que a nada levam.
Esses regimes mudaram o mundo capitalista ou outro?
O
que aconteceu com a União Soviética?
Ligeirinho voltaram ao sistema capitalista do mundo ocidental.
Por isso estamos como estamos... entregues a mediocridade e incapacidade dos
nossos governantes, vaidosos, prepotentes, despreparados quando não, agem como
se nas capitanias hereditárias ainda estivéssemos... e o caos se forma, sem
rumos, estamos ao Leo como a fragata que abandonou o porta avião em pleno alto
mar!!!
Sou ainda aquela professorinha sonhadora que longe da sala de aulas depois de
anos e anos de nela viver 4 horas no período da manhã, mais quatro da tarde e
mais quatro da noite, e fora desses períodos exercia funções de administração,
na própria escola e na sociedade em ações também ligadas ao ensino, teme que
levemos anos e anos para colocar nos rumos certos a formação da nossa juventude.
Um fator é deixar de nomear políticos para funções especificas para cargos de
direção e de comando.
A
competência tem de prevalecer acima de tudo e os concursos na seleção do pessoal
mais capaz é fundamental e nada de brinquinhos dependurados no nariz, nas
orelhas e nos queixos ou línguas para chamar a atenção... A atenção chamamos
pela postura, profissionalismo, e ações na vida!!!
Enfeitar o corpo e rosto é para os horários de lazer e prazer e não de trabalho,
onde o professor é exemplo e copiado pelos menores.
Tudo que fizer é observado e imitado assim como seus pais, dentro do núcleo
familiar.
Estou sendo radical demais, porém é necessário voltar à conscientização que algo
deve ser repensado, atitudes mudadas, questionamentos levados para a sociedade,
com participação sem ranços ou militâncias, mas com a dignidade que nosso país
merece ser tratado e visto.
MOCIDADE... folguedos... visões... histórias... desejos
ADULTOS... descrenças... desenganos... sem expectativas... poucas esperanças...
VELHICE... saudades... delírios... venturas do passado... recordações!!!
Como as gotas que nas divagações diluem-se despidos de galas ou de quadros
fantasiosos de esplendores, que retornem com as brumas não o esquecimento, mas a
esperança que ainda há tempo, porque mesmo no último alento de vida, lágrimas
podem surgir de alegrias e
aquelas
cristalinas auroras de cada dia... nos amparem e levem a mudanças tão
necessárias no presente momento!!!
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